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Foi só uma brincadeira

Foi só uma brincadeira

Todos os sentimentos são bons, mesmo que os comportamentos não sejam.

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Mariana Wechsler
jul 09, 2023
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Foi só uma brincadeira
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Em Correnteza (Domingos)
.As virtudes do silêncio. O silêncio nos (re)conecta aos nossos sentimentos, e tem muito conteúdo dentro de nós, tem coisas no cheiro, no tato, na troca de olhar, no paladar que geram conhecimentos.
.A pequena sereia... É preciso colocar o diferente dentro da sala, é preciso passar a frequentar, usufruir, dialogar com pessoas, lugares e coisas que não estão dentro do seu círculo de conforto.
tempo de leitura: 6 minutos

É muito perigoso encarar os limites apenas como algo individual. O limite não é algo aleatório. Na maternidade, estabelecer o limite deve ser norteado pela ideia de qual cidadão que você quer construir para o futuro, saindo do individual e olhando para o coletivo, exercendo de verdade o pacto social. 

Mariana Wechsler em Vida Simples

(para conversar comigo no meu PodCast e ainda ajudar centenas de pessoas clique aqui para entrar em contato)

Em minha última coluna na Vida Simples, eu contei a seguinte história:

“Foi só uma brincadeira”. Assim começam muitas desculpas. Como todas nós, as crianças precisam de amor e limites, não um ou outro, precisam de ambos. Diante disso, sempre importante lembrar que o Amor não anula os limites, assim como estabelecer limites não anula o amor.

Um dia, eu estava no parquinho com meus filhos e observava algumas crianças, que brincavam no tanque de areia. Essas crianças estavam fazendo pequenos buracos e túneis, eles tiravam a areia com muito cuidado para que não desmoronasse. Em seguida, chegou uma mãe com seu filho, de um pouco mais de 1 ano. A criancinha ficou animada em ver o tanque de areia e, quando chegou, destruiu parte do túnel que as outras crianças haviam feito.

As crianças ficaram bravas, desoladas, e olharam para a mãe do bebê esperando alguma atitude. Essa sorriu e disse: “Não tem problema pessoal! Vamos brincar de outra coisa?”.

Mas, será mesmo que eles queriam iniciar uma nova brincadeira? Qual o limite para respeitar o espaço do outro? Você já refletiu sobre isso?

Imegem gerada com IA MidJourney por Mariana Wechsler

Eu vejo nesse cenário, dentre algumas possibilidades, as seguintes principais reações de muitas mães:

(1) essa mãe estava certa, as crianças precisam aprender a superar as adversidades;

(2) a mãe deveria repreender o filho, segurando na mão, dizendo que não pode e repetindo o quanto foi feio destruir a brincadeira das crianças; ou

(3) a mãe poderia acolher o sentimento das crianças que tiveram a sua construção destruída, poderia até se oferecer a ajudar a montar novamente ou ao menos apoiar a reconstrução – sem repreender o seu filho e sem diminuir a dor das outras crianças. 

A carregar...

Na busca em criar filhos “perfeitos“ e emocionalmente fortes, não percebemos que o chamado da maternidade é nos tornar um modelo de como viver a vida, e não sobre encontrar ferramentas e maneiras adequadas para corrigir o comportamento da criança.

Em vez de rejeitar ou minimizar o sentimento da criança, e não importa a idade, aceite e reconheça seus sentimentos. Todos os sentimentos são bons, mesmo que todos os comportamentos não sejam.

Você pode dizer: “Posso ver que você está chateado porque sua irmã quebrou um giz de cera”, “Você está bravo com seu irmão”, “sua amiga te deu um bolo hoje” ou “esse menino não te liga, tudo bem, deixa ele de lado”.

Primeira regra máxima de qualquer relacionamento: Faça eco aos sentimentos do outro. Por exemplo, se seu filho está desapontado, expresse desapontamento com sua própria voz. A sua empatia pode acalmar sua criança, você dará mais abertura para a criança falar e dará mais confiança para começar a resolver o problema.

Não entre no caminho perigoso da positividade tóxica dizendo coisas como “a vida não é justa” ou “a vida é assim mesmo”, e muito menos comece a dar conselhos ou a fazer perguntas acusatórias...

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