Vou ser bem sincera com você...
Jamais use sua idade como desculpa para se conformar com uma vida sem alegria (Ana Claudia, ACQA).
Para quem não sabe, cheguei aos meus 40 anos!
Olhando para trás, buscando minhas primeiras memórias, vou lembrando de momentos especiais. Viagens com os meus pais, tomando sorvete sentada na beira do porta-malas, tentando aprender a empinar pipa, andar de bicicleta, achando o meu irmão o menino mais especial e incrível do mundo…
Lembro das dezenas de escolas pelas quais eu passei, mas de poucos professores e colegas - mudei tanto de escola pois ou havíamos mudado de casa ou a inflação estava nas alturas e as coisas apertavam.
Centenas de pessoas passam por nossas vidas, mas quantas nos marcam? Quantas nos ensinam algo valioso capaz de mudar um rumo, às vezes até um pequeno rumo ou ao contrário, às vezes alguém nos diz algo singelo, mas muda um tanto em nós.
Nesse turbilhão que é a vida, ainda lemos coisas fenomenais que nos marcam de alguma forma, que pelo caminho da leitura e das associações de ideias nos levam a novos destinos e revelações de quem somos.
O Budismo coloca que em todo Universo há 4 sofrimentos que estão presentes em todos os seres vivos, e que não há como escaparmos. São eles: o nascimento, envelhecimento, adoecimento e a morte. Esse é o eterno ciclo da vida nesse Universo.
Desde as estrelas, que nascem, evoluem, agigantam, diminuem até virar uma pequena estrela cheia de energia acumulada ao longo de uma vida de milhões de anos, ao fim esvai-se como um buraco negro de onde uma nova estrela é capaz de surgir.
Até nossas células funcionam como o Universo, em ambos há um vazio inexplicável onde forças opostas se atraem e formam algo magnificamente vivo. Cada peça vai se ajustando e dando forma à vida.
E nessa improbabilidade da vida, cá estamos em nossa existência, nascemos e estamos aqui. E apenas vivos podemos desejar, querer, perceber, ser… por isso, no Budismo acreditamos que estar vivo é o único veículo para se atingir a iluminação. Mas, porque buscamos viver o maior tempo possível?
Esses dias, a escritora Ana Claudia Quintana Arantes fez uma reflexão sobre o assunto:
Você provavelmente não quer morrer. Mas você já parou pra pensar porque quer continuar vivendo até quase 100, ou até mesmo ultrapassar?
Parece uma pergunta boba, mas eu acredito que essa talvez seja a pergunta mais ética e importante que podemos fazer pra nós, diante do espelho ou com os ouvidos colados no travesseiro, antes de dormir.
Se você não souber o motivo pelo qual você quer continuar vivendo, qual a razão de toda essa vontade de viver?
Quando jovens cultivamos sonhos, alimentamos fantasias, pode até sobrar coragem para desafiar o mundo inteiro. Nós corremos atrás para realizar nossos desejamos, mesmo que nem sempre tenhamos êxito.
Mas quando envelhecemos, apesar de muitas vezes continuarmos sonhando, a maioria das vezes nos falta coragem para corrermos atrás desses sonhos.
Muita gente pensa que ao envelhecer a gente se perde da vida, acha que não tem idade para mudar de visual, de profissão, de relação afetiva…mas isso só é verdade dentro da cabeça de quem ainda não chegou adiante na vida…quem envelhece sabe que do lado de dentro a gente sempre vai ser capaz de ser feliz…mas pra isso acontecer, precisamos nos preparar de verdade.
Isso não é bondoso com você, não é ético. Isso inviabiliza a vida.
Não é justo usarmos da nossa rara existência nesse mundo pra viver na penumbra da vida.
Vou te dizer algo agora e vou continuar repetindo: NUNCA É TARDE PARA VIVER.
Já conheci pessoas que trocaram de carreira depois dos 60. Pessoas que encontraram seu grande amor aos 80. Pessoas desbravaram o mundo aos 70.
Jamais use sua idade como desculpa para se conformar com uma vida sem alegria.
Você já fez essa reflexão?
Acrescentando ao acima, jamais utilize a sua idade, a sua maternidade, a sua condição seja qual for, como desculpa para se conformar com uma vida sem alegria. A busca por essa alegria, ou alcançar seu autoconhecimento com plenitude, é imperioso para desfrutar uma vida saudável.
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