O Universo, a Vida, Nós e EU
.uma conversa com Munike Avila, do Do Tamanho do que vejo
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Dezembro, 2022.
De Mari para Munike | O Universo
Oi Munike,
Nossas manhãs por aqui onde moramos são bem escuras. O nascer do sol acontece lá pelas 8am nessa época do ano. Quando fui levar minhas filhas e meu filho a escola ainda era possível ver as estrelas. O céu estrelado junto com a neve forma uma paisagem incrível.
Essa cena me fez recordar alguns momentos da minha infância em que eu olhava para o céu e via aquela vastidão de estrelas. Eu sempre pensava que tamanho seria aquilo que via.
Ao mesmo tempo, sentia diversas coisas desde felicidade até um certo desconforto em imaginar o quão pequena eu era dentro daquilo tudo e o quanto o meu tempo era curto comparado ao Universo.
Você já sentiu isso?
De Munike para Mari | A grandeza da vida
Oi Mari,
Por aqui os dias também andam cada vez mais curtos e o nevoeiro faz do céu um grande mistério. Dia desses me disseram que daria para ver a aurora boreal da floresta ao lado de casa, mas ao invés de cores flutuantes, nos restou apenas a neve refletida nas tantas nuvens que encobriam nossas cabeças.
O céu mais estrelado e vasto que vi foi a bordo de uma canoa no rio Buranhém, diante da imensidão do oceano atlântico. As estrelas iluminavam a água e não dava para entender o limite entre o céu e o mar.
Por um instante, tudo parecia silêncio e me senti minúscula diante da grandeza da Natureza, ao mesmo tempo que grata por fazer parte dela, por estar ali naquele exato momento.
O Universo me faz lembrar que nem tudo está sob nosso controle. E isso traz um certo alívio, mas também um certo incômodo. Você também tem essa sensação?
Janeiro, 2023.
De Mari para Munike | A Vida e nós
Ainda não consigo visualizar como seria ver a aurora boreal. Uma coisa é usarmos a imaginação para tentar perceber o mundo, outra coisa é de fato perceber.
Ver a aurora boreal deve ser tão incrível quanto ver o céu estrelado (aquele que só é possível ver numa verdadeira escuridão) a bordo de uma canoa no rio Buranhém.
No Budismo aprendemos que a nossa Vida não é diferente do Universo. Percebo que em geral as pessoas concordam com isso, mas quando estão diante de uma situação se esquecem disso.
Partículas se atraem quando vibram na mesma frequência, o vento sopra na direção que o ambiente permite, planetas giram ao redor das estrelas por atração, por que nossa vida seria diferente disso?
Quando estudamos o Budismo e muitos outros filósofos passamos a compreender que a nossa vida e nossos relacionamentos não funcionam diferente da Natureza - tudo funciona como o Universo. Nós atraímos pessoas e situações que estão na mesma sintonia que nós.
Talvez esse esquecimento, de que pertencemos ao Universo, acontece porque é algo difícil de ser aceito. É difícil aceitar que estamos com um parceiro tóxico porque estamos na mesma sintonia que ele, por exemplo.
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