O silêncio não é ausência; ele é presença
Às vezes, o suficiente é tudo que precisamos ser.
Maternidade: uma missão invisível
Em Assinantes…
.O que fazer quando seu filho está sofrendo? Como pais, nosso papel é OLHAR, PERCEBER e DIALOGAR. E dialogar com o coração despido de qualquer ideia e conceito predefinido, é olhar nos olhos e conversar com a alma.
.A Maestria da Energia: Despertando o Potencial Interior. Em vez de carregar o peso de sonhos não realizados, meu maior desejo é que possamos, como pais, iluminar o caminho para nossos filhos, demonstrando a beleza de uma vida vivida com propósito e paixão
tempo de leitura: 7 min
Vivemos numa era em que a conectividade é quase um pré-requisito para existir. Estar offline por algumas horas parece uma afronta ao sistema, como se o mundo fosse ruir sem a nossa presença digital. A idealização das redes no promete companheirismo, mas, na verdade, amplifica o ruído, distanciando-nos de nós mesmas.
Então, resolvi tentar algo diferente. Após uma reunião agitada, ao invés de correr para o próximo compromisso, fechei os olhos. Cinco minutos de silêncio, era só isso que eu precisava. O ruído continuava ao redor, mas, por algum motivo, parecia distante. O som das vozes e o ritmo frenético da rotina ficaram em segundo plano, como se fossem ecos de outro universo.
No meio de todo esse caos, você já se pegou pensando: onde foi parar o silêncio?
Em meio a esse momento de pausa, minha mente, que antes corria de um pensamento a outro, desacelerou. Ideias surgiram como nuvens suaves num céu calmo. Não era apenas uma questão de descanso físico; era um encontro comigo mesma.
Lembrei-me de uma tarde, tempos atrás, quando decidi correr sem rumo pelos campos de onde morávamos. Naquela ocasião, não havia plano, nem destino, só a natureza e eu. O mundo parecia tão simples, tão claro.
Na ausência do barulho e num silêncio que só o frio da neve te proporciona, pude ouvir o som do vento nas árvores, o canto distante de um pássaro, o farfalhar das folhas sob meus pés, o barulho das minhas passadas. Era o tipo de silêncio que não apenas tranquiliza, mas que também revela. Ali, naquele momento calmo, encontrei respostas para perguntas que eu nem sabia que tinha.
E há algo mais profundo nesse encontro silencioso: a presença. Nós, que estamos sempre a buscar respostas e informações do lado de fora, esquecemos que as verdades mais significativas, aquelas que realmente importam, estão aqui dentro, esperando para serem ouvidas.
O toque de uma mão, o cheiro de uma flor, o olhar de uma criança – esses pequenos gestos de conexão com o mundo físico carregam sabedorias antigas, que o barulho diário muitas vezes ofusca.
Lembro-me de quando, ao me tornar mãe, o silêncio ganhou um novo significado. Não era mais apenas um intervalo entre um compromisso e outro; era um espaço de conexão profunda e encontro entre os novos EUs que surgiram com a maternidade e EUs que estavam escondidos nas profundezas da minha mente.
Quando olhar nos olhos de uma criança sem distrações, perceber os sinais sutis do corpo, confiar no instinto, ganharam um novo tom. Era como se, no meio de tanto ruído, eu finalmente conseguisse ouvir o que realmente importava. E, naquele momento, entendi que nem sempre o melhor é o mais elaborado ou o mais perfeito.
No silêncio, sempre vejo que o suficiente é tudo que precisamos ser.
Agora, toda vez que o mundo parece estar a gritar por minha atenção, tento lembrar de ficar em silêncio comigo, como se uma reunião fosse. Porque o silêncio não é ausência; ele é presença. Ele nos permite olhar para dentro, escutar o que já sabemos, e, acima de tudo, confiar em nós mesmas.
No fim das contas, o silêncio não é algo que buscamos, mas que nos encontra quando deixamos o barulho de lado. Ele está sempre lá, esperando, pacientemente, para nos lembrar de quem somos.
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