O que está acontecendo com nossos adolescentes?
Um recente estudo mostra que mais de 40% do estudantes estão se sentindo tristes e sem esperança.
Em Correnteza (últimas sextas)
.O preço da imortalidade é a vida! A vida acontece, sofrimentos existem, dificuldades estão aí para todas, e no fim tudo vira bosta.
.O que seu trauma quer com você? O que eu posso te dizer é que não saberemos todas as respostas para as angústias que os nossos filhos e a vida nos trazem.
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Você sabia que uma crítica, uma reclamação, repetida várias vezes reprograma nosso cérebro para tornar as reclamações futuras mais prováveis? Com o tempo, descobrimos que é mais fácil reclamar do que não reclamar, e esse espectro negativo acaba se tornando nosso estado de vida dominante.
.Mariana Wechsler
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Nos EUA, um relatório recente dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) mostrou taxas cada vez maiores de problemas de saúde mental entre adolescentes - depressão, pensamentos e comportamentos suicidas são particularmente altos para meninas, jovens LGBTQ+ e grupos raciais minoritários.
O estudo do CDC, que analisou os dados de 2011 a 2021, encontrou algumas tendências preocupantes: Em 2021, 42% dos alunos do ensino médio experimentaram sentimentos persistentes de tristeza ou desesperança, acima dos 28% em 2011.
Esses sentimentos foram mais altos para estudantes do sexo feminino (57%) e LGBTQ+ (69%). A porcentagem de adolescentes que consideraram seriamente tentar o suicídio aumentou de 13% para 18%. O número que realmente tentou foi de 8% para 10%. Estudantes negros demonstraram estar mais propensos do que os jovens asiáticos, brancos e hispânicos a tentar suicídio.
No Brasil, a Fundação Lemann em parceria com o Instituto Natura realizaram uma pesquisa entre pais e responsáveis que identificou que durante a pandemia, 56% dos adolescentes e crianças ganharam peso, 44% se sentiram tristes, 38% ficaram com mais medo e 34% perderam o interesse pela escola.
O Instituto de Psiquiatria (IPq) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), junto com Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), entrevistou 2511 crianças e identificou que 26% tinham algum tipo de transtorno mental. E mais agravante, mais de 80% das crianças com algum transtorno não haviam sido diagnosticadas antes e, por consequência, nenhum tratamento foi oferecido.
Segundo o Jornal Brasileiro de Psiquiatria (pub. 08.05.20), em média 73,7% de jovens transgêneros tiveram pensamentos suicidas em algum momento da vida e 29,9% haviam tentado de fato pelo menos uma vez, além de 26,8% já terem tentado automutilação/auto-agressão, com predomínio de três ou mais episódios. E sobre a “aprovação” familiar (com relação a mudança de sexo), 27,3% que disseram que são aprovados parcialmente e 26,8% que são desaprovados.
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