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**foto da capa deste artigo: de Hassan Sherif na Unsplash
Sabe esses parques infantis que surgem por alguns dias como promessa de diversão? Coloridos, intensos, cheios de luzes que piscam como olhos que não dormem. Brinquedos girando sem parar, cheiros doces que grudam na roupa, música alta saindo de todos os cantos. Crianças correndo com fichas nas mãos, adultos tentando acompanhar o ritmo, olhos cansados fingindo leveza.
Era um desses dias, e no meio daquela algazarra alegre, vi uma cena pequena, mas que me chamou muita atenção. Um menino de uns cinco anos deitado no chão, chorando.
Não era escândalo, era colapso. O tipo de colapso que a infância tem quando a frustração vem como uma onda forte demais.
A mãe disse, com voz prática: “O dinheiro acabou.” O pai desviou o olhar, como quem tenta desligar o que está alto demais por dentro. A criança tirou o tênis, lançou longe. Ninguém se moveu.
Um adulto qualquer pegou o tênis e devolveu. A mãe agradeceu com um sorriso sem graça, repreendeu o filho, que por sua vez pegou o tênis de volta e, desta vez, virou a sola para cima. Começou a esfregar o tecido com força no asfalto. Como quem quer furar alguma coisa.
A cada esfregada, parava e espiava, esperando o buraco aparecer e em seguida, olhava para os pais. Como se quisesse atravessar a sola, o chão, o silêncio. O pai então reagiu: “Tá vendo o que dá? Você não coloca limites. Ele não respeita ninguém.”
Naquela frase tinha tudo: frustração, medo, julgamento e uma ponta de desamparo. Mas também uma pergunta que me atravessou o corpo: Por que, tantas vezes, nós adultos não conseguimos ver a criança ali, no chão? Por que, diante do choro, do protesto, da explosão, a gente se encolhe, se irrita, se esconde e ignora?
Se você seguir a leitura, vai encontrar:
Uma reflexão sobre o que acontece dentro de nós quando os filhos nos frustram;
A diferença entre respeito e obediência à luz da neurociência e da experiência afetiva;
E um convite real para sermos os adultos que acolhem, mesmo quando tudo em nós quer virar o rosto.
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Com carinho, Mariana
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