Como é o vazio que você sente?
Por mais intrigante que possa ser, quem dá forma ao vazio e ao mundo somos nós com a lente que escolhemos usar.
Pegue seu chá ou seu café e se achegue. Perceba o silêncio e vá observando as coisas a sua volta sem olhar o relógio.
Hoje, teremos uma conversa muito reflexiva.
Quero continuar dividindo com vocês as minhas impressões sobre o livro 71 leões: Uma história sobre maternidade, dor e renascimento, da Lau Patrón.
Logo no 10° dia de internação do filho, a Lau e o marido recebem o diagnóstico da equipe médica de que as sequelas do AVC do João, seu filho, foram devastadoras e que as chances dele sobreviver seriam mínimas.
Aqui eu parei por dias antes de continuar a leitura. Como se um vazio dominasse minha imaginação ao mesmo tempo que incontáveis sentimentos surgiam ao pensar em enfrentar desafio semelhante ao de Lau e sua família.
Um misto entre a calma e tormenta.
Esse trecho me fez pensar sobre os vazios da vida. O que é esse vazio que sentimos? Como podemos sentir um vazio?
No decorrer da nossa vida, acontecem muitos vazios em diversas proporções. Por exemplo, quando a gente se forma e deixa a escola, eu lembro de sentir um vazio.
Quando a gente muda de emprego, também sentimos uma sensação de vazio. A gente sente falta das pessoas, da rotina, do cheiro, daquele mesmo caminho percorrido. O vazio acontece em situações que estamos feliz e também tristes.
Sabe quando a gente fica meses planejando um evento e depois que ele acontece, no dia seguinte a gente sente vazio. Tem também o vazio do pós férias, o vazio da saudade do que vivemos. Tem o vazio das lembranças que jamais deixarão de existir.
E a gente não sabe muito o que fazer com aquilo, a gente fica desesperado pra sentir aquela alegria que a gente imaginou que sentiria o tempo todo, o resto da vida. E como a gente não consegue sentir aquilo de imediato, a gente briga, a gente questiona, a gente acha que não deveria estar sentindo aquilo.
E tem o vazio da falta de uma pessoa. O vazio da morte.
Mas chega um momento que precisamos perceber que o vazio é preciso, é necessário, ele faz parte.
O vazio é o corredor que liga o que era ao que ainda vai ser. O Vazio é o que forma todo o Universo, desde os átomos até o grande e vasto Universo. Presente em tudo. Por mais intrigante que possa ser, quem dá forma ao vazio e ao mundo somos nós com a lente que escolhemos usar.
“O mundo é aquilo que imaginamos. Só uma pessoa infantil julgaria que o mundo é realmente aquilo que pensamos.” - Carl Jung
Foi isso que eu senti quando eu peguei o voo com a minha família para nos mudar do Brasil. Eu queria tanto vir para Suíça e, de repente, eu tinha conquistado. Mas para ter isso, eu tinha que me despedir do meu porto seguro, da minha família que me acolhia em qualquer situação. Da minha casa onde foi palco de tantas alegrias e em que guardava tantas histórias.
Mas antes de conseguir pisar com os dois pés nesse novo chão eu precisei atravessar o corredor vazio, eu precisei me despedir e a despedida às vezes é muito dura.
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